domingo, 15 de julho de 2012

"OS DEZ DITOS"

(ASSERET HADIBROT)



Assêret Hadibrot ou Decálogo são as “Dez Falas”, “Dez Ditos” ou apenas, Os Dez Mandamentos" mencionados na Bíblia em Shemot/Êxodo 20:2-17.  
Quando se menciona Assêret haDibrôt, algumas pessoas possuem uma falsa impressão de que existem Dez Mandamentos que foram separados como sendo os mais importantes da Torah/Bíblia, porém, na realidade a tradução correta de Assêret haDibrôt é "Dez Falas" ou "Dez Ditos", sendo que estes são dez princípios que incluem toda a Torah/Bíblia.

Amarás o Senhor teu Elohim de todo o teu coração, 
de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. 
Este é o primeiro e grande mandamento. 
(Deuteronômio 06.05) 

O segundo, semelhante a este, é:
 Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 
(Levítico 19.18)

Vejamos abaixo a ordem correta dos Dez Ditos, entregues à Mosheh pelo Altíssimo, para todo Am'Israel/Povo de Israel:
"1. Eu sou o Senhor, teu Elohim, que te libertou da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de minha presença. 

2. Não farás para ti imagem esculpida, nem nada semelhante ao que há nos céus acima, ou na terra embaixo, ou na água debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem os servirás; pois Eu Sou o Senhor, teu Elohim – um Elohim zeloso, que visita as iniqüidades dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração dos que aborrecem. Mas mostrarei bondade para centenas de gerações àqueles que Me amarem e cumprirem Meus mandamentos.

3. Não jurarás pelo nome do Senhor teu Elohim em juramento vão; pois Elohim não absolverá ninguém que use Seu nome em vão.

4. Lembra-te do dia de Shabat, para o santificá-lo. Por seis dias deverás trabalhar e cumprir todas tuas tarefas, mas o sétimo dia é Shabat de teu Elohim; não deves fazer nenhum trabalho – tu, teu filho, tua filha, teu servo, tua serva, teu animal, e o peregrino que estiver dentro de teus portões – pois em seis dias Elohim fez os ceus, a terra, o mar e tudo que neles está, e Ele descansou no sétimo dia. Por isso abençoou o dia de Shabat, e o santificou. 

5. Honrarás teu pai e tua mãe, para se prolonguem teus dias sobre a terra. 



6. Não assassinarás.

7. Não adulterarás.

8. Não furtarás.

9. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.


10. Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, e seu servo, e sua serva, e seu boi, e seu asno, e tudo que seja teu próximo."


CONCLUINDO:


Quem ama a YHWH de todo o coração:
1) Tem por único Elohim a YHWH, isto é, o Elohim de Israel. 
2) Não faz ou adora ídolos. 
3) Não pronuncia indevidamente o nome de YHWH. 
4) Santifica o verdadeiro dia de repouso determinado por YHWH, o Shabat.

Quem ama o próximo como a si mesmo: 

1) Honra o pai e a mãe. 
2) Não mata/destroi a vida de uma pessoa.
3) Não pratica adultério/físico, mental ou virtual. 
4) Não furta/não toma para si o alheio. 
5) Não mente ou dá falso testemunho. 
6) Não cobiça os pertences dos outros. 

O nome de YHWH é pronunciado em vão (indevidamente) quando o mesmo é citado em anedotas (brincadeiras), juramentos falsos, etc.


fonte: http://www.torahweb.net/Asseret-Hadibrot (entre outras)   

CEMITÉRIO DE NY GUARDA HISTÓRIA DE JUDEUS DO BRASIL


Descendentes de famílias expulsas de Pernambuco por Portugal em 1654 se tornaram figuras proeminentes na sociedade americana

Gustavo Chacra, Correspondente, NOVA YORK
Entre prédios com tinta descascada no bairro de Chinatown em Manhattan, o cemitério dos judeus originários do Recife e seus primeiros descendentes é um dos mais bem guardados segredos de Nova York. Poucos conhecem pessoalmente as tumbas das primeiras famílias judias que viveram na metrópole com a segunda maior população judaica do mundo, depois de Tel Aviv. Muito menos sabem que elas vieram do Brasil.




Gustavo Chacra/AE  >>> Em Chinatown. Cemitério com os túmulos dos 23 judeus e seus primeiros descendentes é pouco conhecido

Apesar do desgaste de séculos de chuva, sol e neve, ainda dá para ler em algumas tumbas sobrenomes como Fonseca, Seixas, Gomes, Nunes, Cardozo, Castro e Bueno de Mesquita. Todos judeus portugueses ou espanhóis, com passado ligado ao tempo de domínio dos holandeses no Recife, onde a primeira congregação judaica das Américas foi construída.
Em 1654, Portugal retomou o controle de Pernambuco, que estava nas mãos dos holandeses da Companhia das Índias. Era o fim de uma era de liberdade para os judeus nas terras brasileiras. Eles mais uma vez eram expulsos pela coroa portuguesa. Antes, durante a Inquisição, haviam sido obrigados a deixar Portugal e rumar para a protestante Holanda, onde não eram alvo de perseguição.


Piratas. 


 Com a expulsão do Recife, alguns milhares de judeus seguiram para a Holanda em 17 barcos. Uma dessas embarcações se perdeu e foi atacada por piratas espanhóis.
“Resgatados por um navio francês, foram levados para Nova Amsterdã, hoje conhecida como Nova York. Eram 23 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças”, afirma Zacharia Edinger, o shamash (diretor de ritual) da gigantesca sinagoga Hispano-Portuguesa, denominada Shearit Israel. Localizada diante do Central Park, é a herdeira da primeira congregação judaica de Nova York. Atualmente, são eles que possuem as chaves do cemitério em Chinatown, abrindo-o em raras ocasiões, como nesta visita do Estado.
Os descendentes desses judeus portugueses se transformaram em figuras proeminentes na sociedade americana. Um deles, Benjamin Cardozo, já falecido, alcançou o posto de juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos. Outro, Bruce Bueno de Mesquita, professor da Universidade de Nova York, é o mais destacado especialista de teoria dos jogos aplicada à ciência política.
Antes mesmo de entrar no cemitério, em um movimentado cruzamento, há uma placa, em inglês, com os dizeres “O Primeiro Cemitério da sinagoga Hispano-Portuguesa, Shearit Israel, na Cidade de Nova York”.
O tamanho do terreno é pouco maior do que o de duas quadras de tênis. Parte acabou sendo destruída quando uma rua foi construída décadas atrás. Ao redor, famílias chinesas observam muitas vezes sem entender o que existe de especial nesse cemitério unindo as histórias de Brasil, EUA, Portugal, Holanda e da diáspora judaica.


Inscrições. 


 Algumas tumbas possuem inscrições em português, inglês e hebraico. Há palavras como “Faleceu” e “Aqui Jaz”. Uma delas tem o nome de Gershom Mendes Seixas, um dos rabinos mais importantes da história dos Estados Unidos e com um sobrenome que não esconde suas origens portuguesas. Ele era descendente dos judeus que vieram do Recife e foi líder da congregação na época da Revolução Americana.
“Visitar o cemitério foi como viajar no tempo. Ver sobrenomes portugueses no cemitério retrata uma face interessante de Portugal e do Brasil, mostrando que o elemento judaico é integrante do tecido social brasileiro e português, com nomes completamente portugueses”, afirma o executivo Sergio Suchodolsky, que visitou o cemitério com o Estado.
O israelense Efrahim Gil afirmou que esperava desde 1966 para ir ao local nesta inédita visita.
O rabino brasileiro Mendy Weitman, do Jewish Latin Center, em Manhattan, disse ser “uma honra entrar no cemitério e ver como 23 judeus vindos do Brasil conseguiram construir a maior comunidade judaica fora de Israel, em Nova York” - seu pai, o rabino David Weitman, da Congregação Beit Yaacov, em Higienópolis, região central, escreveu o livro Bandeirantes Espirituais, justamente sobre os judeus do Recife.


Na sinagoga diante do Central Park, nomes em português


Os judeus do Recife mantiveram como herança nomes e influências portuguesas. Embora a maioria da Congregação Hispano-Portuguesa não descenda dos pioneiros que vieram de Pernambuco a Nova York, ritos da sinagoga diante do Central Park ainda usam expressões em português.
As cadeiras do presidente e vice da congregação são “bancos”. Quem carrega a Torah é o “levantador”. O coral ainda executa cânticos em português arcaico. “As diferenças entre os diferentes grupos de judeus pelo mundo não têm a ver com questões teológicas, mas históricas e de costumes, como algumas orações e rituais específicos; com roupas, comidas e inclusive línguas diferentes, apesar de o hebraico ser o idioma base dos ortodoxos. Os judeus portugueses tiveram uma forte influência da cultura católica portuguesa, que foi perpetuada em Amsterdã e Hamburgo”, afirma o professor da Unifesp Bruno Feitler.
Segundo Daniel Breda, do Arquivo Histórico Judaico no Recife, cristãos-novos portugueses adotaram nomes portugueses.
Feitler acrescenta que “alguns dos convertidos espanhóis adotaram sobrenomes específicos, como Santa Fé, mas a maioria dos convertidos simplesmente tomou sobrenomes comuns ou de padrinhos. Há casos de inquisidores julgando judeus que tinham o mesmo sobrenome que eles! A ideia de que sobrenomes portugueses baseados em nome de árvore ou animal têm origem judaica é mito infundado”. / G.C.N